domingo, 27 de setembro de 2020

terça-feira, 3 de junho de 2014

ninguém pode e nem vai ser a sua redenção sempre.
ninguém pode explicar essa coisa de amor e ódio de verdade.
ninguém, eu, não conseguem, escrever com segurança por muito tempo, consegue chegar onde queria.

quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

falam tnto de deus, os evnagélicos e os católicos, e os tradicionais, e as pessoas que simplesmente continuam carregando algum tipo de cristianismo nas costas, que começo a ouvir "graças a deus" "obrigado deus" deus te abençoe" deus deus jesus, com repulsa. Não queria, não quero, quando se diz "deus te abençoe" não há nada além da intenção de se desjar o bem pra alguém, deus pode não existir, ou pode ou se exisitr tyalçvez nem queira te abençoar, ele que decide, ficar pedindo pra um ser onipotente e onipresente é meio burro, nefim, mas ele ainda é representação de bondade, boa aventurança, com todos os poréns quando alguem diz "deus te abençoe" ela esta dizendo "boa sorte" "fique bem" e etc... então mesmo nos dias mais pragmáticos ouvir isso faz bem, não hápor que se importar com qualquer tipo de incoerencia que um ateu chato aponta, mas o apelo a deus como um simbolo sagrado elevado a esse patamar não pelo processo de reflexão, interno ou comunitario mas sim pelo processo de posicionamento de marca, de publicidade de produto... fode tudo...

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

uma frase de efeito

a gente sabe que existem por aí inúmeras frases bastante bonitas de poetas, músicos, escritores, filósofos, enfim, de pensadores em geral. frases que causam impacto e "sacodem". aí a galera dá uma de metida a besta e posta isso no facebook pra mostrar sua enoorme erudição. ou, ainda, pra se mostrar metida a mais do que besta, a galera cria alguma frasesinha de efeito esperta.

acho que as frases de efeito começaram a surgir de modo propagandístico mais parecido com as de hoje lá no começo do século XX, quando os partidos políticos precisavam reunir um maior número de membros. os de esquerda tinham algumas que são bastante bonitas do tipo "socialismo ou barbárie" ou como aquela da rosa luxemburgo "quem não se movimenta, não sente os grilhões que o prendem". tem também aquelas do nazismo, nada bonitas, que criaram o aparato de propaganda cheio de frases de efeito mais eficiente que se tem notícia. aliás, ditaduras em geral costumam gostar dessas frases de efeito, já que elas limitam o pensamento e fazem com que a galera ache que tá entendendo alguma coisa.

me parece que as frases de efeito de facebook, no geral, pretendem (i) mandar recadinhos meio que vingativos ou moralistas pra alguém, (ii) fazer um diagnóstico da situação atual da humanidade e fazer uma crítica a ela e (iii) dizer algo bem metafórico-poético sobre sentimentos subjetivos - do tipo vivo uma vida muito louca e desregrada ou, o contrário, minha vida é muito sofrida e penosa. serião, vc não acha que uma frase de efeito é pouco pra conseguir expressar tudo isso? imagina, por exemplo, como é que uma frase vai reproduzir toda a complexidade dum sentimento duma pessoa? ou então a situação de toda humanidade? tem que ser uma frase realmente bastante foda, que, no mínimo, sabe exatamente o que quer dizer com cada palavra e que tem um pensamento mais ou menos elaborado por trás; assim, uma frase pode ter alguma dessas pretensões. mas, já que isso dá muito trabalho e já que essas frases mesmo vazias continuam a ser bonitas, impactantes e são apropriadas pra fazer propaganda de intelectualidade própria, a galera acaba optando pelo caminho fácil de citar/criar uma frase de efeito qualquer.

as frases de efeito gostam de procurar um vilão genérico. pode ser o cara que fez vc ficar ofendido, a humanidade em geral (ou, pra usar um nome de efeito, a sociedade de consumo, o capitalismo, ou, ainda, como nas músicas punk mais revoltadas, simplesmente "eles") e pode ser também a própria existência do capiar criador de frases, geralmente enunciada com metáforas aleatórias. dialogar que é bom, pra quê?, se é possível expressar sobre tudo e parecer legal em uma frase só?

tudo isso pra dizer que frases de efeito são sempre pretensiosas e, no mais das vezes, bem toscas e rasas. mas não tô querendo podar a tentativa de criatividade de ninguém, não é isso. e nem estou dizendo que toda frase de efeito é digna de pena. na real, o que é uma mierda é o uso fora de contexto, a tentativa de mostrar pro mundo sua própria erudição e a repetição das mesmas críticas lugar-comum que esse tipo de frase costuma conter. colecionar frases de efeito NÃO é sinal de inteligência. aliás, fazer tal coleção nem faz muito sentido, já que a biblioteca da internet nos dá uma sempre que quisermos. hoje, qualquer ser alfabetizado pode procurar no google meia dúzia de frases de efeito. ou, ainda, pode criar alguma recheada com qualquer metaforazinha pra soar poético. e é claro que nada disso vai fazer sentido se não for postado no facebook ou contado pra galera.

domingo, 21 de agosto de 2011

 O amor, a gordura da serotonina vai secando e revelando o esqueleto do que realmente mantêm tudo de pé, disputa por atenção, pra ser servido, por comida, por sexo, por calor, por abrigo, entre amigos mesmo, entre qualquer pessoa... Fiz pouco pelo meu mundo, não, na verdade fiz bastante, mas todas essas coisas na perspectiva do tempo são insignificantes, vc precisa fazer algo agora, não pode descansar, não que eu tenho exaurido, mas não pode parar pra descansar, por mais que queira isso sempre precede a volta pra alguma preocupação, trabalho repetitivo por mais que vc goste muito, te esgota e te coloca de frente com o que vc é:

segunda-feira, 4 de outubro de 2010


Criar alguma coisa, pra endireitar o caminho da verdade.
O caminho para a verdade; mostrar para os desavisados, inocentes, ignorantes.
Dizer algo importante pra sempre; não ficar ai, perdendo tempo em discussões pra resolver o mundo.
Mas dizer algo importante pra sempre, como um trecho da Bíblia.
Pra ser importante pra sempre.
Anseio, ânsia por isso.

Pra ser lembrado como líder de alguém que fez.
Pra ser notável.
Suas palavras à mesa, sua coragem sentada, sua intenção engolida, e Você intangível, ilusão da mecânica do corpinho, do cérebro, hormônios e etc...

Perder tempo escrevendo aqui, enquanto ninguém tem mais tempo pra ler; ou ninguém ta afim de ler; ou ninguém mais lê ou escreve; qual é o papel de um texto desse hoje em dia, além de descarregar o autor?

Não deve ter mesmo; hoje, como ha muito tempo já, ou se é falado, ou 140 caracteres, ou a tv de sempre, ou só a conversa mesmo, ou ainda, foda, a publicidade.
Deixando a panfletagem implicada de lado, deve ser isso, se comunicar hoje em dia é isso.

Tomara que agente tenha espaço pra mais espaço. Pra digressão não? Pra l'amour, verbal nas letras. Pq alguêm deveria? Pq(porquê) deveria? é isso ae ? Legal néw Que bom!

Da um abraço aí, aeeee legal,

agora ta tudo bem;

Eu que fiz, mas guardo um pouco do constrangimento pra você.

terça-feira, 24 de agosto de 2010

somos reféns de
comer, gozar, falar
nunca sobrara historia
e calma
todo o imaginário
imagens e ideal

tudo que música
pra levar

nunca é, simplesmente, nunca é
só é comer, gozar e falar
quando estiver bem com isso
você esquece

quinta-feira, 3 de junho de 2010

Eu, só, não sirvo nem pra dizer se está tudo bem

Pelo jeito "o eu" não sirvo nem pra perguntarem tudo bem
eu não sirvo nem pra perguntar tudo bem
então diga oi pro seu umbigo
seja bem vindo a mais um dia na esteira
de encher barrigas, orgulhos e o mundo de menininhas

alegria amiga, aaaa obina é melhor que o etô
aaaa eu tb acho um horror
pode vir, só vai dar gente bunitaaaaaaa

domingo, 4 de abril de 2010

O espetáculo televisivo do cantor intenso

Foi o Gonzaguinha que nos chamou a atenção. Um cara que a vida inteira cantou a tragédia da vida urbana, o ensopadinho de pedra no almoço e jantar, o trem da alegria num mar de tristeza; acabou se entregando, intencionalmente ou não, ao espetáculo do cantor televisivo, sendo o autor de um dos clássicos do gênero: Sangrando
Eis o vídeo do próprio cantando e se entregando

Veja como a música perde o seu brilho com um cantor sem expressão:

Esse tipo de música, geralmente em tom menor e intensidade crescente(às vezes a melodia acompanha, como no caso acima), sempre carrega uma letra igualmente intensa, um refrão apoteótico e, via de regra, um cantor gesticulador(pulso firme) com expressões faciais bem definidas - quase sempre desamparadas, de força ou de choro- expressando a intensidade da música. Um espetáculo audiovisual por si só. Por tabela, viram sucesso do Karaokê.
Caetano, compositor matuto, abusava o recurso e entregava ao rei brejeiro Roberto Carlos. Dessa parceria sairam as famosas:

Que carregam várias semelhanças.

Outra parceria de sucesso é o fenomenal quarteto João Bosco, Aldir Blanc, César Camargo Mariano e Elis Regina; encarregados respectivamente pela melodia, letras, arranjo e interpretação. Eles chegaram ao ápice na minha opinião, principalmente por serem extremamente competentes no que se proporam a fazer individualmente, apresentando inclusive a unanimidade do canto interpretativo brasileiro(segundo o Maurício)
Eis as gêmeas:


Os dois últimos até adaptaram um samba do Ary Barroso para o formato:

Bota refrão apoteótico!

Nos EUA temos o clássico da exaustão auditiva:

Sem se esforçar você lembrará de milhões de outros exemplos.

Dá pra gente imaginar que esse tipo de música não teria muito sentido sem a televisão. Provavelmente ela veio da jazzificação e televisação da ópera, que presume-se ser o grande espetáculo audiovisual pré-televisão. Também que, sendo um tipo de música que segue um padrão estético bem claro, dificilmente os músicos que as criam não se valem do conhecimento do padrão para forjar um sentimento, não sem antes se valer de um bom cantor!

sábado, 27 de março de 2010

Nardoni nardoni nardoni nardoni
Nardoni nardoni nardoni nardoni
Nardoni nardoni nardoni nardoni
Nardoni nardoni nardoni nardoni

Nardoni nardoni nardoni nardoni
Nardoni nardoni nardoni nardoni
Nardoni nardoni nardoni nardoni
Nardoni nardoni nardoni nardoni

Nardoni nardoni nardoni nardoni
Nardoni nardoni nardoni nardoni
Nardoni nardoni nardoni nardoni

Nardoni nardoni nardoni nardoni
Nardoni nardoni nardoni nardoni
Nardoni nardoni nardoni nardoni

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

123

panificativo

placa sincza
comer concreto
mastigar
ai cuspo meus dentes que se quebraram

e cai todo aquele sangue e dente
belre erbelerh
nossa que sujeira

ai ajoelho e me levanto
me raspo em tudo palma da mão
e continuo andando

dai no próximo preparação de cimento com aquele cherinho bom eu paro
e como tudo com mais vontade antes de virar concreto, aquele cheiro gostoso, vontade de bebe suga... molinho...

ai engoli e minha garganta ta raspada...
a cadência da graça dos acontecimentos do apaixonar, é bem capcioso
Até o arrepio que se repete de perceper que o outro, no mesmo momento, quer o mesmo que você, vai uma "vida", a mas as vezes uma vida assim rapidão

panificativo

placa sincza
comer concreto
mastigar
ai cuspo meus dentes que se quebraram

e cai todo aquele sangue e dente
belre erbelerh
nossa que sujeira

ai ajoelho e me levanto
me raspo em tudo palma da mão
e continuo andando

dai no próximo preparação de cimento com aquele cherinho bom eu paro
e como tudo com mais vontade antes de virar concreto, aquele cheiro gostoso, vontade de bebe suga... molinho...

ai engoli e minha garganta ta raspada, ai to preucupado pq vo canta no asteroid amanhã
lá tem um monte de artista que eu preciso prova que sou melhor que eles, eu sou o melhor e falo mais bonito, sou o messias, ai o messias do rock pq ai acha que tem chance com as mulherada, mas nem tem...

ae vem e vem ae vem vindo vem as coisas, mas eu num vo canta nada disso, ridiculo, pra canta tem que ser hino tem que te sentido pra mais gente, tem que ser ideal
acho que o ideal existe
tipo agente tem que tenta ser que nem jesus
ou que nem drummond
ou thurto morre, ou o que a revistinha poster na banca diz pra gente que foi o Cobain
tem que tentar sim
porra as grandes canções dão vontade de gozar todo mundo junto e é pra gozar que agente ta aqui
pra regozijais a vida a existição
Deus abeçoeoaisnós!
Me loguei no blogspot
tava ouvindo música no youtube
ai lembrei que pra ter musicas do jeito que decidimos fazer precisa de letra
e quando se escreve próximo de poesia é mais fácil de virar
então comecei a a quebrar as linhas
dar enter não pra formar paragráfo

até agora não saiu nada
a segunda estrofe me diz que estou soando ridiculo
mas acho que falar do que estou fazendo pode trazer alguma sinceridade
aproximar de alguma coisa, porque original já não é faz tempo
uma primeira virgula
acho que foi meio que uma pegada de "oralidade"

não está adiantando
que música que vai falar da tentativa de escrever algo perto de uma poesia pra ser uma letra de musica no final

então vou descrever a interface do blog, tem uma caixa escrito fonte e do lado umas letrinhas pra indica tamanho, negrido, italico, link, correção ortográfica
editar Html
parei de fazer virgula porque me irritou, isso ai foi a primeira coisa que aprendi pra se usar virgula, quando se inumera as cosias, ai comecei a curtir quando percebi que ela ajudava a passar o jeito de falar pro papel sem fica uma zona

o Paulo é um viado

sábado, 13 de fevereiro de 2010

Conversa entre pai e filho

- Mas o que faz um formado em filosofia?
- Vira professor, pai.
- Ah, então você vai estudar para virar professor para depois ensinar a outros que também vão ser professores?

Esse diálogo ocorre toda vez que um pai inteligente se depara com um filho que decide prestar qualquer curso de humanidades que não forma gente pro grande mercadão de trabalho que tá aí pronto pra nos esfolar. E é claro que o pai tem razão, pq sabe que o mundo funciona de acordo com a lógica do sucesso. Desenvolver reflexões e habilidades vale a pena exclusivamente se servir pra ganhar dinheiro.

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Extra!, extra!: não temos formulários para telegramas

No primeiro dia do ano, as seguintes notícias estamparam a primeira página do jornal Cruzeiro do Sul - que é um dos mais importantes de Sorocaba, senão "o" mais.

- "Já em vigência, mínimo passa a R$510, o maior desde 86" é a manchete com o maior letreiro;
- "2010 chegou", com uma foto média que mostra os fogos da virada em Sydney;
- "Seccional muda os delegados dos DPs";
- "Faltam formulários para os telegramas";
- "Fuvest tem 871 de Sorocaba na 2ª fase";
- "Prêmio de literatura do Cruzeiro recebe apoio da prefeitura";
- "Compras de última hora movimentam o comércio", com uma foto enorme que mostra um papai segurando o seu filhão no colo na Boulevard Braguinha;
- "'Lula o filho do Brasil' vai estrear nessa sexta", com uma foto de uma passagem do filme na qual Lula aparece sendo fichado pelo DOPS.

Fiz essa descrição meio cansativa da capa do nosso jornal pra tentar dar uma idéia do naipe das notícias que circulam em Sorocaba. Bom, não sei se o dia 1º de Janeiro é um dia importante para a imprensa e formadores de opinião - pelo menos é para comerciantes, e tanto é, que fazem uma publicidade específica para essa época do ano. Mesmo assim, não me parece tãaaaao necessário colocar na primeira página de qualquer dia do ano que faltam formulários para telegramas na primeira página de um jornal. Ainda não pensei em algo mais sólido, mas sei lá, seria mais interessante, talvez, colocar a manchete de uma matéria que fala sobre as promessas e projetos da prefeitura para 2010 para refrescar nossa curta memória. Ou, então, anunciar que no interior do jornal se encontram alguns prognósticos para o ano que começa, falando das coisas que acontecem no mundo e, principalmente, em nossa cidade - mas para dizer que não há prognósticos, na página A5 uma esotérica nos dá suas previsões...

Mas nota-se que todas as notícias que estão nessa capa são meramente descritivas, tentam apenas descrever os fatos relevantes (ou não) que acontecem na cidade. Hoje, as notícias do Cruzeiro do Sul também se limitam a isso: "Marginal Dom Aguirre ainda está alagada" só retratando os fatos. Não quero dizer que esse jornalismo descritivo é inútil, acho importante as pessoas saberem que a marginal está alagada ou que vão ter um pouco de dificuldade pra enviar telegramas. Mas o foda é se limitar a publicar esse tipo de notícias, e esse é o problema da imprensa sorocabana - tanto do Cruzeiro do Sul e da TV Tem, que acho que são os maiores veículos e tb os únicos que tive acesso. Daí se vê notíciários repletos de casos policiais e de exposição da população depois de tragédias ocorridas. Vendo desse modo, parece que Sorocaba não tem mais assunto e nem mais problemas do que esses casos "isolados".

Mas acho que poderíamos contar com um jornalismo mais profissional do que isso. Aliás, acho que já passou da hora. Não acho que uma cidade com 600 mil habitantes tenha que contar com meios de informação tão ingênuos. Não sei ao certo o que seria um jornalismo mais maduro para a nossa cidade, mas começar a pensar sobre isso já é um começo.

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Olha, as vezes eu tenho vários pensamentos, idéias, coisas que eu ordeno de uma forma que de pra falar, algo forte, intenso (nas palavras do Caio) e relevante que estava pra construir um pensamento realmente sólido e contundente, mas dai vem qualquer bobeira, um clipe com uma musica legal, uma janela do msn piscando, e coloca tudo abaixo e põe minha cabeça pra funciona numa outra direção. As vezes num da tempo nem pra lamentar, porque nem sei bem mais o que era aquilo que eu ia dizer, se era importante mesmo... Na maioria das vezes acho que até era viu...

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Faxina

Vim aqui tirar o pó e as teias de aranha desse blog. Tá certo que nesse meio tempo o Maurício passou aqui algumas vezes, mas acho que foi muito pouco - e tb acho que ele concorda comigo. E isso sem contar o Laçador, que postou duas vezes e depois nunca mais.

A gente diminuiu a frequência dos posts, as pessoas pararam de nos visitar, de comentar e esse blog fica com cara de abandonado, embora eu ache que as idéias não pararam de borbulhar nas nossas humildes cabeças. Então, caros Maurício, Laçador e eu mesmo: eu vos convoco para despejarem aqui, com uma frequência maior, um pouco das suas opiniões e pensamentos perdidos!

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

para poder levantar um capital moral, pra você poder gastar na apreciação que as pessoas fazem do seu valor, você tem que, no minimo, ter um emprego. E então trabalha e ganha o status de útil, competente, capacitado e de normal. De outra forma todos esses que não lhe são invisiveis te pressionam, e essa pressão vai te empurrar para a margem ou te deixar de um jeito no qual só vai sentir a culpa por não ser útil e por ser fraco, por se encontrar nessa situação.
Um culto ao sacrifício, a utilidade, talvez ao sucesso. E um desprezo muito grande ao tempo que Deus nos da pra viver aqui na terra.

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

fomos inundados de todo tipo de significação e recursos sinestésicos para darmos direção a expressão de qualquer tipo, em resumo ta tudo uma bagunça. Me sinto mal por estar aqui, velho, escrevendo algo como se fosse um manifesto ao invés de só continuar fazendo as coisas. Mas na medida que nossa percepção e raciocínio vão estreitando as possibilidades do que pode ser bom ou no mínimo considerado uma saída, acho que resta a nós, pelo menos a esta geração desconstruir, descontinuar, os meios materiais de comunicação que ai estão. Nos cabe somente articular algo que seja outra coisa, não só como opção, mas uma outra coisa que corroa a que ai está... Não importa a mensagem, o que precisamos é do (de um) espaço da (para a) polifonia. Já seria alguma coisa grande.

sexta-feira, 22 de maio de 2009

Maniqueismo aceitável

Ela estava num quartinho sujo do apartamendo da amiga com cartelinhas de analgésico, a garganta estava arranhada por uma noite sem pergunta, um olhar pesado de satisfação.

A dor de cabeça passando e o estômago aceitando comida de novo a medida que anoitecia lhe despertavam a vontade de fazer aquilo tudo que ela fez ontem, aquilo tudo que ela jurou não fazer pelo menos na próxima semana, que já parecia fazer um mês...
Desceu do quarto e encontrou as pessoas que queria no lugar que esperava, com uma vontade de gozar que lhe munia de desculpas pra todas as decisões convencidamente estúpidas que se seguiriam...
Sentada no bar, bebendo, com as luzes perfeitas. Viu-se intorrompida pela porta larga que deixou entrar uma mulher, morena, enrugada, cabelo sujo, querendo conversar com qualquer um qualquer coisa.
Díficil - pensou a protagonista arrancando uma espécie esquisita de empatia la do fundo, justo num cenário em que ela ansiava ser blasé com tanto prazer...

O mau cheiro que vinha da boca escura se aproximou, o olhar que tinha jogada pra senhora no momento em que ela passou pela porta despertou nesta uma raiva, uma segurança e o direito de cobrar toda aquela atenção que a deixou em evidência no meio de todos, segundo antes de ser solenemente e completamente ignorada pelos os delineadores e maquiagens do boteco, da forma mais paulistana possível.

A velha gritou, puxou-a pela mão e o resto da educação cristã dada a menininha pela sua mãe controlou qualquer vontade que tenha surgido de empurra-la.
Pagou uma cerveja e um salgado como clemência para que o estorvo, que há pouquinho era digno de amor fraterno, fosse embora.
Passado isso, pode euforica e esquisofrenicamente voltar a gozar.

terça-feira, 19 de maio de 2009

resenha de rock punk

Foi uma tarde bem ensolarada, de um final de semana frio, pra começar descrevendo com um clichê que o acontecido, que aqui vai ser contado, mereceu ter.
As 3 da tarde, num parque em Sorocaba, começou-se a descarregar amplificadores, bateria, guitarras, baixos e dois geradores movidos à gasolina dos porta-malas. No meio da grama ao lado da pista de skate foi montado tudo e um menino perguntava se alguma banda iria tocar algum som punk do guns’n roses...
Mais amigos foram chegando, sentando na grama, esperando o som começar, comemorando ao ver os geradores pegarem no tranco, e compartilhando um pouco da preocupação de que aquela apresentação, não oficial dentro da virada cultural de Sorocaba, poderia ser interrompida a qualquer momento pela polícia.
Mas de repente lá estava o Ari, vocalista da Encore Break, contra o sol, cantando as primeiras músicas e iniciando uma coisa que parte dos que estavam lá esperaram alguns anos pra ver acontecer. A idéia é simples, mas todo esse tempo nunca sobrou dinheiro, foi preciso esperar para que se encontrassem as vontades e a maneira simples de se pensar de cada um que estava ali ajudando.
Enquanto ia passando a apreensão do início, o folk rock da Encore foi embalando a bela visão dos moleques sentados na borda da pista, das pessoas que paravam no meio do caminho que levava ao show do Jorge Aragão, pra ouvir músicas que, se não fosse naquela ocasião, dificilmente poderiam ouvir, não só pela falta de interesse dessas pessoas pelo rock ou pelos músicos da própria cidade, mas também pelo paradigma da “cena” dos barzinhos que, mesmo impossível de viver sem, acaba recebendo sempre o mesmo público e prendendo as bandas num estranho estado de semi-reconhecimento.
Logo depois das belas melodias do Encore Break a figura de Rodrigo Ricardo, sem voz, tomou os microfones e fez a melhor apresentação da Inventiva que já vi! Mesmo que os próprios devam discordar de mim. Todos haviam tocado três dias seguidos e não tinham dormido, da guitarra base não se ouvia quase nada e mesmo assim o punk groovado, completamente sarcástico e gritado, com letras cada vez mais ácidas, foi a sujeira que muitos olhos vidrados que não entendiam bem o que acontecia ali estavam esperando há muito tempo ouvir de uma banda de rock!
Ia anoitecendo, muitos ficaram sentados olhando, outros mesmo com pressa paravam pela curiosidade, muitos só pelo fato de ver uma bateria e amplificadores arrumados no meio do parque esperavam pra ver o que ia acontecer.
Quando eram 18h30 o Ini começou a se espalhar pela grama, ocupando o espaço que por maior que seja acaba se tornando pequeno. Sempre carregando com eles a idéia de que a catarse não é só a conseqüência de uma apresentação, mas é a apresentação em si, esparramaram pelo parque, mesmo com todas as dificuldades de um equipamento de som pequeno, suas músicas densas, pesadas, com melodias tão marcantes e intensas quanto a entrega deles próprios à própria música...
Se dizem que a cidade de Sorocaba é lugar de ótimas bandas, desse dia em diante ela pôde passar a ser também o lugar de boas idéias e de uma postura honesta e de pau durescência... Postura essa que é hoje uma das poucas maneiras que resta pra se fazer a música, poesia, arte ou escambau, num mundo engessado pelo excesso de informação e a vontade publicitária de ser conhecido antes mesmo de dizer alguma coisa.

quinta-feira, 7 de maio de 2009

Liberdade

Aos moldes mauricianos, resolvi fazer um post-enquete. Bom, se puderem, respondam nos comentários a essa pergunta.

O que é a Liberdade?

É uma pergunta bem abrangente e difícil, mas eu gostaria de ter pelo menos uma noção do que o pessoal pensa.

terça-feira, 5 de maio de 2009

Qual é a repressão mais eficiente? Aquela que o dominador precisa derramar sangue pra manter o pessoal na linha ou aquela que o pessoal reproduz passivamente as idéias do dominador tendo a ilusão de ser plenamente livre?

quinta-feira, 16 de abril de 2009

O desl

O deslumbramento com o presente, com tudo que há, existe... O fluxo de serotonina liberado pela percepção de todos os nossos sentidos, a excitação desses sentidos causada pela percepção de suas próprias existências... A gratidão herdada de uma educação cristã, mas que se tem pela graça do agora... É, por mais que muitos digam o contrário, o suficiente pra querer o próximo presente, o seguinte agora, o suficiente pra justificar um cuidado demasiado com tudo o que vai se desfazer.

segunda-feira, 6 de abril de 2009

Há maneiras de interpretar as coisas. Da perspectiva de quem se senta "politicamente" na calçada a culpa é dos bem vestidos e vai ser sempre, para os bem vestidos esses vão ser sempre uns desocupados querendo chamar atenção...
E isso pode, e é provável que vá funcionar até a morte de cada um, pra cada um, e nunca se sabera quem estava certo. E o exemplo foi só um exemplo.

segunda-feira, 23 de março de 2009

Parece que toda vez que eu vou ao supermercado eu vejo um produto diferente novo na seção de congelados. Porra, daqui a pouco ninguém mais vai saber cozinhar! Tempos atrás, pra comer um pão as pessoas tinham que comprar a farinha, o fermento, e os outros ingredientes - que eu não sei quais são - preparar a massa, deixar-lá descansar pra depois assar. E como se não bastasse a mordomia que a gente tem de comprar o pão já feito da padaria, inventaram o pão congelado: ora, pra quê perder todo esse tempo fazendo pão? Parece que ninguém mais tem tempo e nem saco pra fazer a própria comida; temos que recorrer a restaurantes - o que inclui o bandejão e os fastfoods -, ou a congelados sem-vergonha-e-sem-perda-de-tempo para acompanhar o ritmo do trabalho.

Comer é uma das necessidades mais primordiais do homem e parece que saber cozinhar vem se tornando uma habilidade cada vez mais rara.
- Pra quê saber cozinhar se eu posso pagar pra comer?

quarta-feira, 4 de março de 2009

Poesia

Por favor, se puder, responda nos comentários a pergunta:
Importa pra sua leitura algo ser chamda de poesia ou não?
eu sei que é uma pergunta meio abrangente, mas enfim, responde ae se der
valeu

sábado, 28 de fevereiro de 2009

O mau-mocismo

O Bom-moço já era.
Agora o que tá na moda é ser Mau-moço.

Parece que aquele bom rapaz já não é visto com bons olhos nos dias de hoje; casar virgem, não usar drogas e não falar palavrão são atributos de imbecis que não aproveitam a vida. Seguir aquele estereótipo de Bom-moço que a gente vê nos filmes mais antigos definitivamente está em desuso. O popular hoje é o cara que segue aquele padrãozinho do malvado que come todas as menininhas, é usuário de drogas e que o tempo todo se gaba das suas supostas ações-que-vão-contra-os-bons-costumes.

É claro que seguir padrõezinhos quaisquer não é uma das coisas mais inteligentes do mundo...

Não existe vida após o expediente

Não existe vida após o expediente. Parece que a gente se esquece de que as horas de trabalho (ou de uma obrigação desagradável qualquer) também fazem parte da vida - e são também a própria vida.

Sei lá, parece que as pessoas dividem as suas vidas. O trabalho é o trabalho, a parte necessária que elas fazem porque são obrigadas e porque precisam botar arroz e feijão na mesa de casa. O tempo livre é o tempo onde as pessoas são "livres" e fazem o que bem entender dentro dos limites do relativismo. No tempo livre gasta-se o dinheiro ganho com o suor do trabalho: pode-se comprar um pacote conservador de viagens para toda minha família ou comprar alguns gramas de pó só para relaxar.

É foda, mas me parece que qualquer tentativa de burlar essa lógica vai ralo abaixo. Nem a loucura mais louca do nosso meio urbano escapa desta lógica. Aliás, acho que é bem comum as pessoas recorrerem a qualquer tipo de escapismo imbecil, só pra arranjar uma desculpa e poderem viver em paz consigo mesmas. As coisas estão tão lazarentas que o próprio escapismo virou mais uma mercadoria, que nos garante uma impotência cada vez maior.

E pra ganhar cada vez mais conforto e dar mais via para o escapismo, a gente se submete cada vez mais ao expediente. Esteja pronto pra limitar a sua vida pra poder sobreviver.

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

As crianças brincam, correm e dançam pelos limites

Atravessam sem perceber da mesma maneira que os adultos se submetem

Aos limites da remuneração dessa confiança
uma mulher com os olhos fundos de maquiagem
sentada numa tartaruga de pelúcia
em um shopping caro
olhando para a luz que atravessa a cupula de vidro

vai se perguntar da vida
prontamente é atendida
e impedida por um funcionário
bem disposto e mal pago

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

- O que é que você ganha sendo responsável?
- Nada. Eu só perco a minha liberdade.

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Não somente as possibilidades de produção de sons a partir delas e nem mesmo os seus signignficados, mas cada impressão que você procura em meio à disposição dessas frases, e onde elas se encontram (blog, site, tela) já lhe serviram pra fazer o julgamente do que esta pra ser dito e pra que deve servir esse texto. Sendo determinado antes de ser lido.
Tomara que sirva bem à essa sua auto-ajuda disfarçada de compreensão pois dessa vez não quis falar nada mesmo - ia dizer - mas ia ser mentira, só pra terminar fazendo graça.

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

reescrevendo

"Vou pra onde eu quiser!" é o que se acostumou a dizer.
mas acho que o que da mesmo é só se equilibrar antes de cair, ou aguentar até onde alguém que eu não conheço deve ter aguentado.

Lá no fundo as tantas tragédias que já ouvismos falar. Das de tirar a vontade de comer.

Carne e Vontade
Vontade e o que nos mandam
e o que se precisa

nós amamos, ou prendemos
ou não reajimos ou jogamos nossa empatia fora
ou nos jogamos.

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

O grande mote da cena underground sempre foi o de fazer música sem diretrizes mercadológicas impostas pelas gravadoras da grande indústria cultural. Ela se propunha a fazer arte nua e crua, que fosse oriunda do próprio artista e não guiados por um interesse externo; ela queria mostrar a independência e atitude no fazer artístico sob a égide do do it yourself.
O que vemos hoje é o contrário disso. O underground virou um grande negócio. Aquelas bandas indies que ainda não sucumbiram às tentações do mainstream seguem à risca uma cartilha de como fazer o som independente. O independente que se opunha a todos os tipos de estilização e classificação de mercado cai naquilo que se opõe. Surge, então, o estilo do não-estilo. Tudo que é igual por tentar ser diferente é jogado neste rótulo.

Resta apenas um bando de gente nostálgica utopiando em vão a volta e a recuperação daquela antiga perspectiva. Eles tentam ingenuamente sair das amarras dos estilos, ainda buscam uma música autêntica. Mas, na busca por espaço, o máximo que conseguem é uma inclusão ainda maior no mundo mercadológico. O underground agora é todo reunido no myspace esperando algum sucesso bater à porta.
Por outro lado, essa mania de independência traz outras consequências. Hoje é muito fácil dizer que é punk, arrotar o nome de um monte de bandas que seguem tal rótulo. É muito fácil dizer que é independente e seguir uma fórmula feita pra fazer música. Ser Punk e/ou Indie é só um meio pra parecer descolado e legal na rodinha.

sábado, 3 de janeiro de 2009

Se a arte tinha algum caráter emancipador, ela o perdeu. Hoje ninguém mais aprecia a arte: no máximo, gosta ou acha bacaninha.

Ir a um cinema, ir a um concerto, ou a uma exposição tornaram-se apenas fetiche e distração pro pessoal. Tá, um ou outro ae que está lendo isso pode estar pensando: "mas e aquelas obras que fazem as pessoas refletirem e blábláblá...?". É triste dizer, mas até estas tem o seu público de carteirinha. E ter um público desses não é saudável; limita o alcance da obra e fecha ela numa caixinha rotulada ridícula. O público e o autor acabam procurando por um rótulo. E a grande jogada de marketing da imbecilização das pessoas fez do não-rótulo também um novo rótulo. Os artistas que iam contra a estilização e rótulos e que promoviam relfexão acabam traídos.
Agora as pessoas escolhem gostar de certos estilos de arte: alguns atores, alguns diretores, alguns músicos, guitarristas, artistas plásticos, arquitetos... Mas fazem isso para tentar demonstrar plena autonomia nas escolhas e na sua construção da sua identidade... e quem sabe pra pagar uma de cult.
É um beco sem saída: a arte foi esterilizada e se tornou mero espetáculo. Mais do que isso, o gosto artístico é só um meio pras produtoras ganharem dinheiro e pra seres humanos se limitarem cada vez mais.

sábado, 20 de dezembro de 2008

acho que no fundo no fundo a gente queria que tudo os outros fossem que nem a gente

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Pesquisa de opnião

é uma geração que não se basta simplesmente ao prestar conta aos outros, a geração que teve todos os romances e tragédias vividos pra ela na tela antes de viverem a sua prória.

Ela presta conta pra si mesmo quanto ao prazer que sentiu logo após ao primeiro beijo, precisa ter certeza se a intensidade daquele orgasmo foi a mesma da música que lhe fala tanto sobre a intensidade de viver.

Os modelos pra nós não são somente pra se copiar algumas virtudes, pra ajudar a escolher as roupas e fazer pose na frente do espelho, ser aceito. Os modelos de agora, nos enfiaram bem fundo, o suficiente pra amarmos, pra cuidarmos com bastante carinho...

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

E ninguém, ninguém saiu da frente do áquario de sereias ainda.
O que que a gente faz?
Vocês ai que ficam discutindo o que fazer pra melhorar aquilo ou isso, pra dar algum sentido pra essa porra toda. Parem de gastar saliva enquanto todo mundo que você quer sensibilizar vai voltar pra casa e ligar a tv, e você também, provavelmente.
O problema é esse, e no momento, pela ordem lógica não pode ser nenhum outro.
Um problema incomensuravel eu sei, mas isso é problema? Incomensuravel, a vida também tem sido! Vai dizer que não?

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Tanto faz

Tem gente que acha que a verdade é algo que não depende de nenhum ponto de vista tendencioso e tem gente que acha que a verdade é somente algo imposto pelos mais fortes.
Mas, no fim das contas, tanto faz...

Tanto faz, pois isso não muda nada no que diz respeito à vida mundana. Ora, posições ideológicas, políticas, artísticas e o caralho a quatro não alteram efetivamente algo que diz respeito às ações. Estamos presos. Ainda precisamos comer e, para isso, precisamos dar oito horas do nosso dia para apertar parafusos - sem contar os dias de treinamento, horas extras, capacitação profissional e blábláblá.

O que quero dizer é que para ter posições ideológicas é preciso comer, estar vivo e ter respeito social. Isso nos faz "espontaneamente" desenvolver um autocontrole repressor. Não é uma entidade maligna que nos reprime e nos condena ao trabalho, mas essa repressão parte de nós mesmos. Assim, temos a "liberdade" de fazer tudo o que "quisermos" sob a mira do revolver da inanição. Sabemos que, se sairmos da linha, vamos tomar borrachada na cabeça ou vamos morrer como mendigos.

E nós, imersos nesta bolha, criamos essas opiniões e pensamentos ideológicos pra fingir que somos alguém de verdade, para expressarmos hipocritamente nossa total soberania, liberdade e individualidade. Todas as idéias são diferentes, mas nenhuma faz sentido (ou todas fazem sentido, tanto faz). Servem só pras pessoas darem um migué pra si mesmas e cultivarem um falso sentimento de superioridade sobre os outros.
Tanto faz o que você pensa. É "permitido" que você pense e viva da forma que você bem entender. Afinal, escolher não se adaptar e morrer (socialmente e fisicamente) também é uma escolha.

domingo, 30 de novembro de 2008

estética

justifiquei minha existência nas luzes que sempre vi da janela do carro, do meu pai, dos meu amigos, sublimado pela expectativa do que vamos fazer essa noite ou do resto das nossas vidas, a que altura vamos chegar e cair e enfim...

sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Eu olho ao meu redor e vejo um monte de gente fresca e mimada pela tecnologia. Às vezes penso comigo mesmo que a uns séculos atrás não tínhamos computadores e nem energia elétrica e hoje elas são vistas como imprescindíveis para a vida. De fato, hoje temos diversão e informação com um clique de controle remoto e podemos falar com uma pessoa querida com um toque de celular. Ser mimado por um lado é bom: isso significa que temos que fazer menos esforço e que não precisamos nos responsabilizar por tudo.
E a tecnologia vai continuar nos mimando - e criando gente estúpida.

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

dando trela pra filósofo

Meu pai sempre me dizia que televisão não prestava pra muita coisa, fazia mais mal do que bem e que se "pudesse" a gente nem teria uma. Com o tempo passando eu concordava cada vez mais com ele, a ponto de achar que os problemas do mundo só acabariam quando todas explodissem. Até que um dia fez mais sentido ainda quando ouvi falar que Platão, naquelas caralhada de anos atrás, já dizia que uma cidade só podia ser justa se fossem expulsos todos os poetas.

domingo, 9 de novembro de 2008

a agonia épica, a vertigem perfeitinha de uma vida lazarenta, dividida em cada ideia e cada sonho de herói, e cada missão pra salvar o mundo...
O ruído de um radio dessintonizado serve à trilha sonora de toda essa alegria desperdiçada nos sonhos ridículos de grandeza afundados no sofá e presos na escoliose.

E ainda tenho que embalar as ideias certinho porque se não reclamam ou não dão bola, a gente só foi se aperfeiçoando em embalar com o tempo e esse é o máximo do desenvolvimento humano. Pacotinhos práticos, baratos, reciclaveis e decorados com bom gosto. E todo mundo tem o direito aos pacotinhos e a salvar o mundo!
Todo mundo viu, todo mundo quis, todo mundo é especial e agora vamos ecumenicamente dar um jeito de todo mundo ter sua vez.

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

Falar qualquer coisa a mais.
Se parassemos antes, tudo que acabou de ser dito não ia existir mais do que no instante anterior... Mas quando a gente vê meia existência, por prudência, parece ser mais justo e honesto botar pra fora
o resto e a coisa.

quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Sem paciência para ser coerente

Vivemos na época do "ou não".
Matar o próximo é uma coisa ruim, é pecado; ou não.
A música de Mozart é melhor que a música do Rouge (lembram do Rouge?); ou não.
Deus existe; ou não.

Cada homem é independente; é o indivíduo quem pode melhor julgar o que é melhor para si mesmo - e caímos num pragmatismo-utilitarista cego.
Ou o indivíduo pode não saber o que está fazendo, alguns podem guiar os outros para que atinjam os melhores ideais - e caímos numa ditadura dogmática.

É... tudo é relativizável. Só precisamos ser tolerantes e respeitar a opinião alheia.
Ou não.

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Conversa no terminal

_Diz que tá faltando dinheiro.
_É, a crise tá braba.
_Mas quem faz o dinheiro?
_Os americanos.
_O que a gente usa aqui?
_Não, o que a gente usa aqui não, mas o que usam no mundo.
(...)
(...)
(...)
_Eu vi no jornal que não eles não fazem mais nota de um real.

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Zacarias

Acordou numa praça com fome, machucado e passando um frio que carcomera-lhe os beiços.
Foi tomar uma dose de pinga e deixou parte da pele dos lábios no copo.
Três semanas depois - com a garganta coberta de ínguas - morreu de inanição...
Rivotril, Lexapro e Trileptal ou Fogueira Santa de Israel, Domingo da concentração de fé e de milagres e Vigilia dos 360 ou rock punk?

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

o tempo ta achatado, possessivdade, entreterimento, eu, uma criança deslumbrada que quer descobrir como se tem menos pudor, e "todos" trocando o nome das palavras...

terça-feira, 14 de outubro de 2008

cortante, corte. Porque sempre essa imagem?
O que se depara não é nem um vazio. é uma materialização dura da impossibilidade, da divisão de um sentimento, duma vontade, de um lado e outro do tempo.
É um corte,
esse espaço que encerra em si só dor

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

aaaaaaaaaaaaaaaaaaa!

- ...
- Livre, mudaram trabalho de às tudo sim ali e.
- !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
- moisdhg97R*$fujjuauaioftuh9
- Achei!

Crise circo azul dez, cobertortesoureiro.
- Cairá ontem às gelatinoso.

ja´dps9¨*

terça-feira, 7 de outubro de 2008

Se você muitas vezes se sente sozinho
Se você sente que não tem mais amigos
Que seu casamento esta desmoranando
Se você sofre de dores
Se sente deprimido(a)
Se vê sem saída

é normal

sábado, 4 de outubro de 2008

Culpado

Acho engraçado como as pessoas afastam de si o sentimento de culpa. Elas arrumam quaisquer desculpas - e até mesmo um grande sistema de desculpas - para se livrarem deste sentimento. Mas, caraleo, quem então é o culpado de tudo isso?

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Réu

O mundo me processa. Não sei por qual motivo.

O jeito que eu ando, o jeito que eu falo, as coisas que falo, todos os meus atos bons ou maus, e todas as coisas que escuto, e todas as coisas pelas quais eu sou afetado, e todos os meus pensamentos mais secretos são atentamente vigiados pelo mundo. Se eu sair fora da linha vou ser massacrado até a morte: até uma morte intelectual e moral. Até a morte física mais dolorosa e torturante que se possa imaginar.


Por favor, não finja que você nada tem a ver com isso.

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

_<-------------_____----------->
_Expectativas ____Liberdade

sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Com um pouco de ironia, caminhe pela rua, pra aguentar o próximo passo que é obgrigado a ser ali e não ali, porque é o caminho mais rápido, ou pior: o mais lógico.
Tem muita coisa, sem dúvida, mas sei lá... acabei sugerindo ironia, pra guardar uma qualquer coisa que ainda, Deus queira, não seja indiferença.
Minha vida fragmentada
em areia e água
que faz o vidro
da janela, minha
pele
tanta voz, tantos sons
tantos escritos, mensagens, "o que dizer(es)"
muitos, demais, a cabeça dói, num cabe mais
pra que mais esse?

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Me sinto atravessado pelas frases, pelas avaliações... Ou mesmo pelo que eu acho que um olhar, ou um olhar que imagino e que não posso ver, diz. To sempre atrapalhado, meio torcido que nem um pedaço de carne atravessado por cada uma dessas intenções, anunciadas ou não. Tentando, mesmo assim, me mexer e parar de um jeito, que doa menos, pra depois mexer de novo, consequentemente, naturalmente, claro.

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Peço desculpas por não ser lá muito orgulhoso, não consigo ser ponto de apoio ou referência pra alguem, não sou o sustento do que digo, muito menos dos meus valores.
Desculpas... tolero o que fazem de errado observando com pena... como se o mais altruista ganhasse no final...

Não sou homem de...

Falando sério, o foda é que o "Pros outros o que gostaria que fizessem pra você" vai indo embora, devagar num corrego escuro com aquela luz fraca da lua e do poste, vai acabando, mas não assim no muro, o texto, afinal to aqui escrevendo...

sexta-feira, 19 de setembro de 2008

Causar impacto não pode ser visto como 'apresentar a verdade'. Não é dizer "olha, eu vejo o mundo a partir de uma perspectiva mais privilegiada que a sua e, por isso, eu sei o que está por trás do mistério das coisas e vejo tudo com uma visão mais profunda que a sua. E, já que eu penso mais nestes problemas, tenho razões para dizer que a minha opinião é mais concreta que a sua; minha opinião é mais próxima da verdade, da realidade nua e crua."

Se isso for causar impacto, então eu não quero fazer isso. Não quero doutrinar ninguém; não quero impor as minhas idéias para ninguém como se fossem mais razoáveis (ou mais verdadeiras). O que acho muito mais plausível é fazer justamente o contrário: é impedir qualquer tipo de dogmatismo que ronda o pensamento.
Eu acho que causar impacto é promover pensamentos, é abalar aquilo que se tem como certeza absoluta. É só um empurrão para que o próprio indivíduo pense por si só, não é um doutrinamento, não é uma apresentação da verdade.

No entanto, permanecer com as velhas idéias de sempre é confortante. Parar o pensamento é estabelecer algumas idéias e noções - ou até mesmo todo um sistema de pensamento - como intocáveis, como impassíveis de qualquer dúvida. É considerar qualquer coisa que venha contra este pensamento estático como besteira; é negar violentamente tudo aquilo que não está de acordo com a sua crença.

Mas, ainda tenho dúvidas. Como causar impacto? Como fazer com que as pessoas movimentem o pensamento e deixem de parar dogmaticamente? Como dizer para as pessoas revirarem e questionarem aquelas certezas imóveis?

(Claro que eu posso mudar o que penso sobre isso)
Causar impacto pra sentir que existe, pra se sentir confortado vendo na reaçao alheia a própria individulidade, o limite entre eu e todas as "outras" idéias, enxergar limites nos quais podemos nos acomodar, respirar, se segurar, se assegurar... A surpresa que revela que havia algo em mim que nao "existia" em outra pessoa me assegura da minha possível singularidade, importância. e conforta.

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Do post mauriciano

Mas, será que é preciso escrever algo digno ou causador de impacto? Eu não sei o que é digno, eu não sei como causar impacto.

Bom, olhando no dicionário online, ser digno é ser elevado, merecedor; é ser algo que vale a pena. Não acho que esta é uma tarefa fácil. Mas, é impossível ser digno se não houver tentativas. Pode ser que, no caminho para esta dignidade, aconteçam fracassos; e para evitá-los, toma-se cuidado para escrever. O excesso de cuidado, porém, pode desestimular - aí, você acha que toda a sua produção é incapaz de ser digna. Então, você para no caminho. (O 'você' a que me refiro não é você que está lendo esse texto, e nem você Maurício. É um você genérico. =P) No entanto, apesar de tomar cuidado e temer os fracassos, eu não pretendo parar.
Ora, este é o motivo deste blog, não?

Agora, o que me intriga é esta coisa de causar impacto... Recorrendo ao dicionário mais uma vez, o impacto é um choque, um abalo psicológico ou moral. Mas, o que é isso?, e como fazer isso?
Quando se escreve algo que vai ser publicado existe um certo cuidado por parte de quem escreve de que aquilo vai ser algo razoavelmente digno ou causador de impacto nos leitores supostos...
Marquei que eu queria ser alguma coisa util, de grande, mas as vozes incorporadas, me fazem ser as vozes, pq eu nao sei mais se eu, porque eu quero escreviyvbiuhb

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

O começo.

Eu não pretendo que isso seja um blog escrito a quatro mãos. Não. Só acho que é mais fácil ter alguém como referência e como estímulo para escrever. Bom, falo isso apenas por mim, não sei o que o Maurício acha disso. Escrever a quatro mãos dá trabalho; e é difícil confrontar e sintetizar idéias com uma pessoa arisca feito esse cabeção. Assim, entendam que não sou o responsável direto por nenhum post mauriciano.

Uhú! \o/

Olha, eu nem sei o que vai ser disso. Já me queixei tanto da minha preguiça de escrever e nunca mudou nada.
- Mas, ora essa, que pessimismo é esse?