quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Não somente as possibilidades de produção de sons a partir delas e nem mesmo os seus signignficados, mas cada impressão que você procura em meio à disposição dessas frases, e onde elas se encontram (blog, site, tela) já lhe serviram pra fazer o julgamente do que esta pra ser dito e pra que deve servir esse texto. Sendo determinado antes de ser lido.
Tomara que sirva bem à essa sua auto-ajuda disfarçada de compreensão pois dessa vez não quis falar nada mesmo - ia dizer - mas ia ser mentira, só pra terminar fazendo graça.

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

reescrevendo

"Vou pra onde eu quiser!" é o que se acostumou a dizer.
mas acho que o que da mesmo é só se equilibrar antes de cair, ou aguentar até onde alguém que eu não conheço deve ter aguentado.

Lá no fundo as tantas tragédias que já ouvismos falar. Das de tirar a vontade de comer.

Carne e Vontade
Vontade e o que nos mandam
e o que se precisa

nós amamos, ou prendemos
ou não reajimos ou jogamos nossa empatia fora
ou nos jogamos.

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

O grande mote da cena underground sempre foi o de fazer música sem diretrizes mercadológicas impostas pelas gravadoras da grande indústria cultural. Ela se propunha a fazer arte nua e crua, que fosse oriunda do próprio artista e não guiados por um interesse externo; ela queria mostrar a independência e atitude no fazer artístico sob a égide do do it yourself.
O que vemos hoje é o contrário disso. O underground virou um grande negócio. Aquelas bandas indies que ainda não sucumbiram às tentações do mainstream seguem à risca uma cartilha de como fazer o som independente. O independente que se opunha a todos os tipos de estilização e classificação de mercado cai naquilo que se opõe. Surge, então, o estilo do não-estilo. Tudo que é igual por tentar ser diferente é jogado neste rótulo.

Resta apenas um bando de gente nostálgica utopiando em vão a volta e a recuperação daquela antiga perspectiva. Eles tentam ingenuamente sair das amarras dos estilos, ainda buscam uma música autêntica. Mas, na busca por espaço, o máximo que conseguem é uma inclusão ainda maior no mundo mercadológico. O underground agora é todo reunido no myspace esperando algum sucesso bater à porta.
Por outro lado, essa mania de independência traz outras consequências. Hoje é muito fácil dizer que é punk, arrotar o nome de um monte de bandas que seguem tal rótulo. É muito fácil dizer que é independente e seguir uma fórmula feita pra fazer música. Ser Punk e/ou Indie é só um meio pra parecer descolado e legal na rodinha.

sábado, 3 de janeiro de 2009

Se a arte tinha algum caráter emancipador, ela o perdeu. Hoje ninguém mais aprecia a arte: no máximo, gosta ou acha bacaninha.

Ir a um cinema, ir a um concerto, ou a uma exposição tornaram-se apenas fetiche e distração pro pessoal. Tá, um ou outro ae que está lendo isso pode estar pensando: "mas e aquelas obras que fazem as pessoas refletirem e blábláblá...?". É triste dizer, mas até estas tem o seu público de carteirinha. E ter um público desses não é saudável; limita o alcance da obra e fecha ela numa caixinha rotulada ridícula. O público e o autor acabam procurando por um rótulo. E a grande jogada de marketing da imbecilização das pessoas fez do não-rótulo também um novo rótulo. Os artistas que iam contra a estilização e rótulos e que promoviam relfexão acabam traídos.
Agora as pessoas escolhem gostar de certos estilos de arte: alguns atores, alguns diretores, alguns músicos, guitarristas, artistas plásticos, arquitetos... Mas fazem isso para tentar demonstrar plena autonomia nas escolhas e na sua construção da sua identidade... e quem sabe pra pagar uma de cult.
É um beco sem saída: a arte foi esterilizada e se tornou mero espetáculo. Mais do que isso, o gosto artístico é só um meio pras produtoras ganharem dinheiro e pra seres humanos se limitarem cada vez mais.