sábado, 28 de fevereiro de 2009

O mau-mocismo

O Bom-moço já era.
Agora o que tá na moda é ser Mau-moço.

Parece que aquele bom rapaz já não é visto com bons olhos nos dias de hoje; casar virgem, não usar drogas e não falar palavrão são atributos de imbecis que não aproveitam a vida. Seguir aquele estereótipo de Bom-moço que a gente vê nos filmes mais antigos definitivamente está em desuso. O popular hoje é o cara que segue aquele padrãozinho do malvado que come todas as menininhas, é usuário de drogas e que o tempo todo se gaba das suas supostas ações-que-vão-contra-os-bons-costumes.

É claro que seguir padrõezinhos quaisquer não é uma das coisas mais inteligentes do mundo...

Não existe vida após o expediente

Não existe vida após o expediente. Parece que a gente se esquece de que as horas de trabalho (ou de uma obrigação desagradável qualquer) também fazem parte da vida - e são também a própria vida.

Sei lá, parece que as pessoas dividem as suas vidas. O trabalho é o trabalho, a parte necessária que elas fazem porque são obrigadas e porque precisam botar arroz e feijão na mesa de casa. O tempo livre é o tempo onde as pessoas são "livres" e fazem o que bem entender dentro dos limites do relativismo. No tempo livre gasta-se o dinheiro ganho com o suor do trabalho: pode-se comprar um pacote conservador de viagens para toda minha família ou comprar alguns gramas de pó só para relaxar.

É foda, mas me parece que qualquer tentativa de burlar essa lógica vai ralo abaixo. Nem a loucura mais louca do nosso meio urbano escapa desta lógica. Aliás, acho que é bem comum as pessoas recorrerem a qualquer tipo de escapismo imbecil, só pra arranjar uma desculpa e poderem viver em paz consigo mesmas. As coisas estão tão lazarentas que o próprio escapismo virou mais uma mercadoria, que nos garante uma impotência cada vez maior.

E pra ganhar cada vez mais conforto e dar mais via para o escapismo, a gente se submete cada vez mais ao expediente. Esteja pronto pra limitar a sua vida pra poder sobreviver.

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

As crianças brincam, correm e dançam pelos limites

Atravessam sem perceber da mesma maneira que os adultos se submetem

Aos limites da remuneração dessa confiança
uma mulher com os olhos fundos de maquiagem
sentada numa tartaruga de pelúcia
em um shopping caro
olhando para a luz que atravessa a cupula de vidro

vai se perguntar da vida
prontamente é atendida
e impedida por um funcionário
bem disposto e mal pago

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

- O que é que você ganha sendo responsável?
- Nada. Eu só perco a minha liberdade.